Missão à Companhia Cegada

Relatora: Laura Rozas Letelier

Participaram: Maria João Brilhante; Laura Rozas

Data da visita: 1 de junho de 2023

Nome do grupo: Companhia Cegada

Local: Teatro-Estúdio Ildefonso Valério. Parque 25 de Abril, Alverca do Ribatejo

Quem acompanhou a visita (cargo no grupo): Rui Dionísio (direcção artística e de programação); Eduarda Oliveira (direcção financeira e administração); Ana Lúcia Magalhães (serviço educativo)

Descrição da visita

Fomos recebidas por Ana Lúcia e Rui Dionísio, que começaram por nos mostrar o Teatro Estúdio Ildefonso Valério, posteriormente juntou-se à conversa Eduarda Oliveira. O espaço, com 77 lugares e um palco de tamanho médio, conta com boas instalações, dotadas de equipamentos técnicos modernos. Os responsáveis da companhia contaram que o espaço sofreu um incêndio, momento em que se perdeu parte do arquivo. 

Desde o princípio da conversa, foi destacada a relação da associação-companhia com as escolas locais, realçando-se a importância do serviço educativo, assim como o trabalho de formação de públicos. Foi também abordado o momento delicado pelo qual a companhia passa relativamente aos apoios públicos que (não) são concedidos.

O resto da reunião teve lugar numa outra área do edifício, onde se encontra a parte administrativa (uma sala) e uma sala polivalente usada para ensaios e acções de formação. A reunião centrou-se num completo percurso pela história da companhia desde a fundação, em 1986, como companhia amadora até à actualidade, já com a figura legal de associação cultural sem fins lucrativos. Esta descrição deu conta do profundo impacto que a companhia sofre com as mudanças e reconfigurações político-territoriais no concelho de Vila Franca de Xira e do modo como estas afectaram as decisões organizativas e os locais em que a companhia tem estado instalada. Foi dada especial atenção às mudanças no modelo jurídico, com a transformação em associação cultural no ano 2000, e a profissionalização, passo dado em 2012. Foram referidos alguns acontecimentos importantes como a realização do primeiro festival de teatro na concelho (organizado entre 2003 e 2014), a articulação com o programa +Cultura, do município de Vila Franca de Xira. Também foi sublinhada a importância para a companhia da acção de Ildefonso Valério e de José Telas (que passou pela escola de Mário Barradas e do Centro Cultural de Évora). 

Conversámos também sobre o modelo de programação atual – uma programação anual organizada em vários ciclos (sempre em articulação com a comunidade e a formação de públicos) e onde a Cegada funciona como uma espécie de plataforma que acolhe outras companhias. Mas este ano não conseguiram os apoios prometidos, pelo que a programação está a ser reestruturada. Só no final da nossa reunião conseguimos falar do projecto ARTHE e apresentar o questionário. 

 

Descrição do arquivo:

Não conseguimos realmente ver o arquivo. Percebemos que há pastas e dossiês da parte administrativa. Falaram-nos também de um disco duro, mas também referiram que o arquivo se encontra espalhado por várias pessoas, sendo várias vezes referido o incêndio que as instalações sofreram.

Aquando da comemoração dos 20 anos (em 2006) fizeram uma compilação de fotografias num DVD. Tiveram uma pessoa a tratar do material de imprensa. Contaram-nos ainda que guardam material relativo a outras companhias, por exemplo, a Companhia de Teatro de Braga, e vários registos audiovisuais em geral. 

 

Estado de conservação:

Não conseguimos verificar.